2007, meu querido:
Usei e abusei de ti. E peço desculpa pelos enormes esticões, zoom's in e out, que, para me acompanhares caminhar-te, decerto sofreste. E sim, foste tu, meu ano preferido, o mestre do meu amadurecimento - embora às vezes tenha caído um bocadinho podre, já para lá do comestível.
Não me viste, decerto, sempre feliz. Intercalei-te entre cumes da mais profunda felicidade e abismos voláteis e infelizes: fartei-me de andar em carrosséis! Ensinaste-me a não gostar de médios.
Amei de mais por ti. Mas foi contigo que aprendi a amar. E isso iliba-te.
Viráste-me muitas vezes do avesso. Sem eu saber. Fiquei com o coração e entranhas sobre a pele, o escuro à luz do sol, e não te arrependas. Conquistámos muito, juntos.
Só um conselho meu caro: não quero ser simples mente de cata-ventos. Às vezes gosto de um arzinho normal pela manhã. Que exista mesmo.
Bem, tenho pena de ter que ir. Vou tirar-te uma fotografia...
Teu, Zé